O cobertor já caiu no chão diversas vezes. E eu me estico para pegar sem me mexer demais. A luz da lua que escapa entre as persianas dificultam as minhas tentativas de dormir. Não importa, não vou dormir mesmo. Fico olhando fixo para os cantos do quarto. Examinando cada detalhe da parede lisa. Embora não esteja de fato prestando atenção. Meus pensamentos estão em outro lugar. Estão longe do meu quarto. Estão naquele banco, embaixo daquela árvore. Aquele banco que ficava de frente para o campo de futebol, que esta vazio. No meu pensamento, eu estou sentada em silêncio ao seu lado, me perguntando quando você vai tomar uma iniciativa. Você tenta de algumas maneira puxar conversa, mas tudo acabava rapidamente com um "hm" de algum de nós. Eu fecho meus olhos e tento parar de tremer. Me pergunto se você consegue perceber, espero que não. Cada segundo em silêncio me deixa mais angustiada. Desejo que as coisas sejam mas simples. Até que você olha para mim, aparentemente na mesma situação que eu, e diz "E então, o que você quer?". Me surpreendo com a pergunta, derrubo minha cabeça para trás, querendo fugir dos seus olhos, e então sorrio. Você entende minha resposta e me beija. Eu fecho os olhos lentamente, afundando no seu beijo. Me pergunto o que estou fazendo. Quando retorno ao meu quarto percebo a loucura que estou fazendo. A loucura que fiz. Sinto aquele aperto doído no estômago e me sinto estúpida por estar pensando em outro. É claro para mim com quem eu realmente me importo. Quem eu realmente amo. Então por que estou aqui pensando no beijo de outro? Antes disso, por que beijei outro? Fico procurando dentro de mim explicações, como se soubesse que o que fiz é errado. Fico tentando justificar meus atos para mim mesma, o que prova a confusão dentro de mim. Quando paro por um instante, me pego novamente naquele banco. Revivendo, mais uma vez, o que aconteceu. Quando consigo sair daquela cena, me pergunto outra vez, angustiada, por que estou fazendo isso?
Medo de me decepcionar mais uma vez, e acabar chorando sozinha por ter sido nada para quem era tudo.
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Carol